Páginas

domingo, 12 de dezembro de 2010

Mais uma da Rádio Atitude Jovem: Confira a cobertura do show e a entrevista com a maior banda independente do Brasil, o Velhas Virgens






























































































































Ao saber que a maior banda independente do Brasil, o Velhas Virgens, estaria em Santa Maria, resolvemos viajar até lá, de ônibus de linha, para fazermos a cobertura pela Rádio Atitude Jovem deste importante evento para a cena independente. Embarcamos no bus Cruz Alta/Santa Maria, às 19 horas do dia 9 de dezembro de 2010, chegando a Santa Maria não foi difícil encontrar o local, a Boate Kiss, com uma mega estrutura preparada para shows de grande porte.

Logo, já pudemos perceber que o público da cena rock e frequentadores assíduos da boate formavam fila em frente ao local. Em meio a muitos ambientes, seguimos logo a pista de shows, onde percebemos a casa lotada em todos os ambientes, onde mais de 2000 pessoas fizeram-se presentes.

Eram mais de meia noite, quando a banda Tia Sica, de Canela-RS, abriu os trabalhos tocando clássicos do rock n roll, fazendo covers de Raulzito a Cely Campelo. Trazendo muita irreverência no palco, já pudemos perceber que a noite ia basear-se em três temas: b.u.c.e.t.a, cerveja e Rock n Roll, uma vez que foram diversas as vezes que o vocal da banda de abertura incitou tais palavras, aquecendo o público e dando uma prévia do que estava por vir, Velhas Virgens, que entraram sem muita demora. Após a introdução que levou o público abaixo, com o refrão “Agora eu vou... eu vou... pra dentro da garrafa”, abertura perfeita para um show das Velhas Virgens. Após surgiu a canção “Tudo que a gente faz é pra ver se como alguém”, seguida por “Toda puta mora longe”. Não demorou muito para surgiu uma das músicas mais conhecidas do novo álbum “Ninguém beija como as lésbicas”, a canção “Cafajeste”, que com bela interpretação da vocalista Jujú, fez o público vir abaixo, também com a clássica “Abre essas pernas”, com direito a muito rock e performance de palco. Outro momento marcante do show foi na música Siririca Baby, sonzera que intimidou alguns casais e excitou outros, a partir de gritos enlouquecidos hora por algumas mulheres que gritaram sem timidez, eu toco siririca baby, hora pelos homens que gritavam em coro eu toco bronha.. eu toco bronha, canto que uniu-se no final da música, fazendo a casa vir abaixo, entre bronhas e siriricas.

E para quem não foi ao show posso resumir o que aconteceu por lá em cinco temas: Rock, Safadeza, Cerveja, Teatro e Bom Humor; através dos loucos discursos do Vocalista/Gaita Paulão de Carvalho, que foram desde o sexo até as modinhas musicais da atualidade, onde sentiu-se a vontade ao esculachar com muita franqueza e certeza o estilo Emocore, falando sobre suas músicas choronas e roupas coloridas. Paulão entrou com muita energia no palco com uma capa preta irreverente e saiu com a mesma energia de um garotão de 20 anos, ao vestir uma camiseta com a frase “Vai tomar no cú...”, agitou muito no fim do show, com a intro que também serviu de conclusão para aqueles que após mais de 2 horas e meia de show, ainda cantavam enlouquecidos, “Agora eu vou... eu vou, pra dentro da garrafa, agora eu vou... eu vou, pra dentro da garrafa...” refrão que resumiu a incrível sensação de muitos que ao verem Os Velhas Virgens no sul do Brasil, tiveram seus pedidos de fim de ano realizados pelo Gênio da Lâmpada, ou melhor, o Gênio da garrafa (música do novo álbum: Ninguém beija como as lésbicas).

E não é atoa que a banda é muito respeitada pelos fãs de Rock n Roll, que jamais se influenciam pela grande mídia e que segundo Paulão não abre as portas para eles, fingindo fazer com que a banda não exista. Fato que nos mostra que com muita organização e objetivo, tem como vencer na música independente, através de vias alternativas. E foi justamente pensando nisso, que fiz a primeira pergunta ao guitarrista/backing vocal e fundador das Velhas Virgens, Alexandre “Cavalo” Dias, em entrevista após o show, nos camarins “hoje tocar Rock n Roll é ser independente, eu posso perceber por São Paulo, hoje em dia tem muitas casas de shows e bandas, só que não rola grana, muitas bandas de vários estados foram pra Sampa, buscar um nicho de mercado. Mas ao mesmo tempo em que isso acontece, o sertanejo esta dominando a capital, assim como na década de 80, mas como tudo, isso vai e volta é tudo muito passageiro. Hoje em dia tem esse rock colorido, como foi Menudo nos anos 80, o que me deixa um pouco preocupado, é a falta de referência da nova geração. Mas a cena independente rock uma hora dominará de novo”, ressaltou Cavalo.

Cavalo ainda nos falou sobre a cena independente no Rio Grande do Sul, “esse estado é sempre do caralho, você faz por exemplo, um reff do ACDC, a galera vibra, saca a linguagem Rock n Roll, adoro tocar no RS, pretendemos gravar um dvd em Porto Alegre.”
Além disso, o guitarrista ao ser questionado sobre a ideia da letra “Ninguém beija como as lésbicas”, nos disse: “eu e o Paulão, viemos conversando faz tempo sobre as lésbicas, no nosso show tem um monte de moças que se beijam em frente ao palco, isso é legal é bonito de se ver, não é que elas beijem melhor é que elas beijam diferente é outro universo, elas são carinhosas, esse mundo bissexual é gostoso de ver, eu tenho 40 anos, na minha época era diferente, hoje é uma loucura, é saudável, a moçada tem mesmo é que saber o que quer da vida e se libertar.”

Ainda perguntei sobre o que mudou na banda dos anos 80 pra cá? “O espirito continua o mesmo, nos comparam com o ACDC, não que a gente faça um som parecido com eles, mas sim porque não perdemos nosso características iniciais da banda, não vamos mudar, temos nossa marca é nossa vida e ao mesmo tempo nossa perdição, nunca vamos ficar ricos com a música, mas vamos tocar até os 90 anos e teremos sempre alguém pedindo pra gente tocar o som Só pra te comer, eu não troco essa vida por nada, nem pra ser gerente do Bradesco.”

Sobre a questão de outras profissões, além da música, Cavalo nos falou: “vamos lá, o Vocalista Paulão de Carvalho - vocalista é produtor do Sbt, faz o Domingo Legal, ele ganhou muita grana na época do Fantasia, gravando a música do Programa, podendo comprar um apartamento. O Baterista Tuca Paiva - Baixista é advogado, eu tenho uma editora de Livros em Santos, o Símon - Baterista e o Roy Carlini – guitarrista, são Músicos, a Juliana Kosso (Juju) é Professora de Canto. Todos nos temos outros trampos, mas poderíamos viver de música, mas a gente que abrir nossos caminhos, temos outras bandas, temos filhos e tudo isso é muito divertido.
Pra finalizar Cavalo nos falou sobre o potencial das rádios e da internet, “tudo mudou pra banda, a partir da internet, quando fizemos o site em 1998, as pessoas devem acreditar na internet, as bandas não podem é sair gravando rapidamente espere o seu som amadurecer, leve sua música ao público, para saber se eles querem seu som, espere mais de um ano para gravar, não reclame de que as oportunidades não surgem, a gente toca B.U.C.E.T.A e as pessoas dão abertura pra gente. Se você tem um bom trabalho as portas irão abrir. Deixamos aqui o nosso alô para o pessoal que escuta a Rádio Atitude Jovem de Cruz Alta, vamos lá, curtir o Rock n Roll, curtir música boa que é o que interessa.

Conforme a vocalista da Velhas Virgens Juliana Cosso (juju) “antes das Velhas Virgens, já era independente e sempre lutei pelas coisas, por isso sei o quanto é difícil divulgar o seu som, ainda bem que existem os sites, as rádios na web, as Tvs, para aqueles que tem opinião possam escolher o que querem, fugindo daquilo que a grande mídia manda a gente engolir. Existe uma galera que gosta de coisas diferentes, mesmo assim o espaço ainda é muito pouco para muita gente de talento”.
Sobre o papel da mulher na música, a vocalista Juju nos disse: “mulher ainda sofre muito preconceito na música, já vivi isso, é muito complicado alguém abrir as portas pra você, podemos ver que existem poucas meninas que são conhecidas pela massa, geralmente as pessoas não olham o talento, querem tirar “casquinha”, porque é bonitinha e por ai vai. Então você tem que provar que realmente tem talento e não é mais uma mulher na música. Existem muitas mulheres com talento, a Melissa Crows, entre outras. Faz 2 anos e meio que estou na banda e entrei no lugar da Lili, que saiu para trabalhar com advocacia, eu fazia show com a Coiotes, abrindo para as Velhas Virgens e o Paulão gostava muito da banda e me convidou, inclusive ele já participou de um disco com a Coiotes, e assim acabei entrando na banda, pois já tinha uma relação boa com as Velhas, daí fiz alguns free lances, antes de entrar definitivamente e assim foi tranquila a minha entrada. Parecia que estava na banda a muito tempo, apesar de ter ficado meio surpresa no começo, pois nunca paguei de mulher gostosa, nem me acho, mas o Paulão me disse: “tem que ser você mesma”, ele foi muito maravilhoso comigo e eu respeito pra caralho o Velhas Virgens, pois é uma banda independente de verdade, é tudo na raça. Tudo que temos de mimos, foi porque os caras conquistaram, estou pegando carona na melhor fase da banda, eu só tenho que agradecer este convívio com pessoas legais, com fãs ótimos, não tenho nada a reclamar, todo mundo sabe o que é o personagem e o que é a Juliana. Fazem 10 anos que sou Professora de Canto em Jundiaí e também dou aulas particulares, atualmente também desenvolvo um projeto paralelo, que se chama Estranhos no Paraíso, um projeto inteiramente diferente do Velhas, algo mais na linha dos Beatles e Mutantes, uma parada mais calma, está sendo legal, pois inclusive os fãs que acompanham o Velhas estão se identificando com este novo som. Em breve iremos mixar e lançaremos lá em Jundiaí – SP, e depois divulgaremos na internet”.

Juju finalizou falando sobre o ótimo clima do público no show em Santa Maria: “foi muito bom ter tocado em Santa Maria pela primeira vez, senti a maior energia do público, foi lindo, é gostoso sair de casa e voltar dizendo, valeu a pena! Viemos de “busão”, raramente a gente viaja de avião, ficamos de 13 a 14 horas dentro do ônibus e foi “foda”, mas eu sou uma pessoa paciente, que não tenho problemas em ficar todo esse tempo dentro dele, pois o ambiente é legal e se não fosse, aí sim seria difícil. Você tem que ter paciência, força de vontade, tem que saber lidar com um grupo de pessoas, pois cada um tem uma cabeça e um gênio e é assim que a gente segue caminhando”.

A última entrevista da noite foi com o vocalista e fundador da banda, Paulão de Carvalho, que com muito bom humor começou falando sobre a grande mídia, internet e a relação com a banda Velhas Virgens. “As pessoas precisavam mais da grande mídia nos anos 80 e 90 e a internet é a grande libertadora de todo mundo, pois você vê que as bandas hoje em dia, em vez de dizerem: vendemos tantas mil cópias, eles dizem tivemos tantas visualizações no youtube! Vejamos como as coisas mudaram, não custa nada acessar, mas alguém vai começar a ganhar dinheiro com isso tudo e vai ser uma bosta. Mas hoje a internet ainda é um negócio ainda muito democrático, que permite que você coloque a sua banda hoje na rede e amanhã ela seja vista pelo mundo inteiro, mas só há um problema nisso: é o de você colocar um produto pra muita gente ver, que não esteja maduro, as vezes isso acaba derrubando um trampo, mas ainda assim a internet é o caminho. A independência permite que você trabalhe a qualidade e não o que o mercado esta querendo, até porque o mercado não sabe o que ele quer, essa coisa de grandes emissoras esta tudo indo para o buraco. Estamos vivendo um momento curioso e nós vamos ver a derrotada dessa merda toda, desses dinossauros que acham que mandam na cultura e que a cada verão inventam um novo som, isso vai ir tudo pro buraco, vai sobrar quem tem competência e quem é organizado".

Sobre os novos planos das Velhas Virgens e a possibilidade de irem para Europa, Paulão disse: “ir para Europa é o meu tesão pessoal, não é o do Cavalo, pois a gente canta em português e isso é muito complicado fora do Brasil, até mesmo em países de língua latina, as pessoas não entendem direito o que a gente fala, pois o nosso som tem muita gíria e putaria e talvez não funcione bem lá fora. Tocamos no Paraguai uma vez e eu tomei o maior coro de maricon que eu já ouvi na minha vida, porque estava cantando Siririca Baby e lá isso não é uma palavra pra masturbação feminina e por isso confundiram e acharam que eu era “viado”, também estou cagando para o que eles pensaram. Mas temos novos planos para 2011, ou seja, lançar a nossa cerveja, um dvd de documentário, que se encontra pronto e mais um dvd novo em homenagem aos 25 anos das Velhas Virgens, onde o público poderá escolher, um top 15 das melhores músicas das Velhas Virgens, que irão pro dvd. Enfim, como somos pais, eu estava falando pro guitarrista cavalo, pra gente fazer um disco infantil, com paródias dos nossos sons, por exemplo, ao invés de ser “Abre essas pernas”, pode ser “Troca essas fraldas pra mim mãe?”, risos. Enfim, o segredo de você sobreviver na cena independente e ter sempre planos novos e diferentes. E isso a gente tem de monte”.

Ainda perguntei ao vocal sobre a diferença entre a banda nos anos 80 e na atualidade: “fomos evoluindo, começamos em 1986, mas no começo não éramos uma banda madura, a gente lançou o primeiro disco em 1995 e daí já tínhamos mais trampo com 9 anos de banda. Eu acho que existe muitas pessoas politicamente corretas, muitas lutando pelos direitos da humanidade e as vezes as pessoas esquecem que a grande coisa da humanidade, é o toque, a carne, são os cinco sentidos, eu acho que falar de sexo ainda é muito revolucionário, discutir sobre lesbianismo, homossexualismo, sexo livre, de bebedeira, de putaria, ainda é uma discussão muito interessante e provavelmente vai se estender por muito tempo, bem mais do que se a Dilma é boa ou ruim e se o Presidente da França vai ser bom para o povo, ou se a mulher dele é gostosa. Acho que estamos discutindo uma coisa muito mais profunda que isso, que é a sexualidade humana, que é o amor, o prazer e o cacete a quatro. Por exemplo, tem uma mulher lá em Santos que tem 60 e poucos anos e que vai nos nossos shows sempre, ela diz: se eu tivesse Velhas Virgens quando era adolescente, eu não precisaria ter feito várias terapias e não tinha que ter escutado tanta merda! A religião usa o sexo para coagir as pessoas e nós temos a pretensão de fazer o contrário, a gente usa o sexo, a bebedeira e a boemia como forma de libertação, isso não é apologia às drogas e sim de tudo, use tudo, mas fique vivo".

Para finalizar a entrevista Paulão nos falou sobre a sensação de tocar em vários estados e sobre a moda Emocore na atualidade: “existem grandes bandas no nordeste, no sul, no centro oeste, a gente tem tocado por lá, no norte um pouco menos, mas lá conheço boas bandas. Hoje o pessoal sabe que pode formar uma banda e ser visto e isso acontece. Se bem que surgem algumas bostas como o Restart, mas os meninos gostam dos que eles fazem, se bem que eles não sabem que isso é uma bosta, eu não posso criticá-los, na real eu posso sim, vão tomar no cú”.

Para finalizar, o Paulão me indicou algumas bandas destaques do cenário independente. “Eu vou falar de uma banda de São Paulo, que é de um grande amigo meu, o vocalista Mário Bortolloto e que tem o Fábio Brum na guitarra, o Watanabe na outra guita, o Vecchione, filho do Oswaldo do Made in Brazil, numa puta cozinha e o Fábio Pagotto no baixo e a Lu Vitaliano no vocal, formam Os Vigaristas. Temos também a Saco de Ratos de São Paulo, enfim, antes você tinha ondas mandadas pela mídia e hoje você tem várias ondas em paralelo. Aqui no Rio Grande do Sul, temos o Cartel da Cevada de Porto Alegre, grandes cachaceiros vagabundos, inclusive participei do disco dos caras, com muito orgulho. Amanhã dia 10 de dezembro, em Erechim irei participar do show dos Novos Velhos, aqui do Rio Grande do Sul. Eu sempre procuro fazer essas jams. Mudando de assunto, mas seguindo a linha, estamos pra lançar dia 25 de janeiro de 2011, um novo disco de Carnaval em homenagem a nossa cidade, pois todo mundo fala bem do Rio de Janeiro, o Rio é uma mulher de bunda pra cima e São Paulo e Porto Alegre já são duas mulheres mais complicadas, então resolvemos fazer um cd para a nossa mulher mais complicada, que é São Paulo. Esse disco terá a participação do Paulo Miklos do Titãs, do Roger do Ultraje, do Nasi, do Vandi do Premêditando o Breque, entre outros. Por isso eu penso se eu consigo ligar para esses caras, que sempre foram meus ídolos, porque eu não vou dar uma força pras bandas que acham que a minha presença vai ajudá-los. Queremos tocar o Rock n Roll pra frente, não somos a locomotiva dessa porra, mas não somos o último vagão, na verdade nos somos o bar deste trem, risos."

Paulão deixou um alô para os ouvintes da Rádio Atitude Jovem: “galera da Atitude Jovem de Cruz Alta - RS, muita força pra vocês, desde sempre os caras querem nos manipular e as rádios na internet são uma ferramenta muito democrática e poderosa, por isso escutem boas músicas e não deixem o pessoal empurrar a banda do Fiuk na sua orelha, vá procurar coisas boas na internet e isso tem bastante, nada contra o Fábio Junior, sou fã dele, mas o Fiuk é um bosta”.

Para concluirmos este release com entrevista, percebemos que entre canções novas e antigas, O Velhas Virgens, com quase 25 anos de carreira, possui muito pique roqueiro, pois além de mostrarem muita energia no palco, mostraram-se ser verdadeiros guerreiros do Rock n Roll, pois acreditam no que fazem e contribuem intensamente para o crescimento da cena independente. Com muita inteligência e foco, principalmente dos fundadores, Paulão e Cavalo e da vocalista Juju, a banda viaja de busão ou de avião, mas sempre com a mesma essência, sacada e simplicidade que a maior banda independente do Brasil nos mostrou ter. Provando que existem formas bem humoradas de se discutir temas que norteiam a sexualidade do ser humano, assunto este que ainda deixa dúvidas na mente de muitos.

Após o evento fomos realizados e honrados para a rodoviária, onde esperamos o embarque das 5 horas e 45 minutos. Chegando em Cruz Alta, por volta das 07 horas e 45minutos do dia 20 de novembro.

Mais informações sobre O Velhas Virgens, você encontra no site www.velhasvirgens.com.br

Release, fotos e entrevista by Jornalista Diones Biagini.
Mais fotos podem ser vistas no orkut da Rádio:
no endereço: http://www.orkut.com.br/Main#AlbumList?uid=10342418090368572754&rl=mo

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tatuagem em cores mais vivas do que nunca.



























































































































Quando se faz algo que dá sentido a sua vida e, além disto, se tem a oportunidade de fazer ao lado de seus heróis chamo isto de realização, estou me referindo ao acontecimento do ultimo dia 26 de novembro na boate Kiss em Santa Maria, quando a Arde Rock teve a oportunidade de abrir o show da Rosa Tattooada e é por isto também que aceitei prontamente o convite da Atitude Jovem para relatar o que vivenciei.
Chegamos por volta das 20 horas na boate para a passagem de som e reencontramos nossos amigos da Rosa, enquanto o palco era montado colocamos o assunto em dia, em seguida a Rosa passou rapidamente o som, após foi a vez da Arde. Com tudo acertado no som deixamos a boate para voltar na hora de tocar.
Subimos no palco para a abertura do show pontualmente a 1 hora da manhã e conforme eu disse para a galera que estava presente, foi um desafio para a Arde fazer um show sem tocar nada da Rosa em nosso set list, afinal eles estavam ali ao vivo e em cores e fariam com certeza o desfile de clássicos da banda em seu set list. Nosso show teve duração de 52 minutos conforme a gravação feita na casa. E após apresentar a Arde no término da ultima música que tocamos, eu anunciei o show da Rosa, mais alguns minutos e após retirarmos nosso equipamento do palco surge em cena o trio mais Hard do Brasil.

O show da Rosa começou com a música Carburador do álbum de 2000, seguida por Rendez Vouz de 2005 e após foi a vez de “Um milhão de flores” do Hard Rock Deluxe de 2003, após esta música Jacques apresentou a Banda e agradeceu a presença de todos e anunciou a próxima, uma homenagem que eles prestaram aos Cascavelettes a regravação da música “Novo estilo”. O show foi rolando em um clima de puro Hard Rock sem frescuras com “Miragem”, “Canção do deserto”, “Dólar na calcinha”, “Não pode ser você”, o clássico “Tardes de outono”, e a imortal “O inferno vai ter que esperar”, a qual ofereceram pra galera que estava presente no evento. Após isto Jacques apresentou a Banda começando pelo Valdi Dalla Rosa, o performático baixista que se juntou ao grupo em junho de 2009, depois foi a vez do batera Beat Barea tomar a palavra, já mexendo com o brio da galera e pedindo para fazerem barulho ele apresentou nas guitarras e vocais Jacques Maciel, que novamente tomou a palavra e apresentou o Barea. Ao som destruidor de sua frenética bateria, Beat Barea puxou a introdução do Heavy Metal “O senhor das torres de aço” a qual a galera bangueou a agitou pra caramba.

A Rosa Tattooada já está a 22 anos defendendo o rock gaúcho e como toda banda de rock também possui influências em seu som, foi quando Jacques anunciou que tocariam um cover e escolheram desta vez uma musica dos quatro mascarados de Nova Iorque, como ele mesmo diz, e tocaram “Comin’ Home” do Kiss que agitou a galera rockera. Com a introdução do baixo do Valdi tocaram “Hard Rocker Old School” que recentemente foi gravada e lançada no myspace da banda, após o termino da música Jacques se despede, porém, a galera pede bis e então eles voltam e tocam “Gatinha Tarada”, mais uma vez agradeceram a todos mas antes de descer do palco tocaram “Rock n’ roll até morrer”, que fechou com chave de ouro o show da Rosa em Santa Maria. Como o Jacques mesmo anunciou a Rosa é uma banda sem frescuras e recepcionou a todos após o show no camarim, o que com certeza é mais um diferencial da Banda e demonstra o respeito que eles têm por seu público, a galera aproveitou e fez do momento uma seção de autógrafos e fotos.

Enfim para mim foi uma noite memorável pois além de dividir o palco com ícones do rock gaucho e do país, tive o privilégio de degustar um show espetacular, enérgico e muito sincero, fica agora a espera pelo tão esperado DVD da Rosa que foi gravado em maio deste ano no Opinião em Poa e deve ser lançado em 2011 no fim de março. Sem mais, só me resta agradecer pela oportunidade e saudar a banda com um entusiástico long live Rosa Tattooada.

Resenha por Killermano:
Vocalista, Guitarrista, contrabaixista e compositor, Adriano Pelissari Guilhermano, o KILLERMANO, já tocou ao lado de diversos artistas do cenário do rock gaúcho. Músico oriundo de festivais musicais onde suas composições conquistaram diversas vezes as colocações e prêmios de melhor arranjo.
Atualmente Killermano toca seu projeto de Hard Rock, a ARDE ROCK BAND, onde toca guitarra e canta, com composições próprias, covers e versões de clássicos do pop e rock internacional com releitura Hard e pegada "ardida".

domingo, 21 de novembro de 2010

Rádio Atitude Jovem realizou entrevista com a lendária banda punk, Os Replicantes, na última sexta-feira em Santa Maria












































Ao saber que a lendária banda punk Os Replicantes estaria em Santa Maria resolvemos viajar até lá, de ônibus de linha, para fazermos a cobertura pela Rádio Atitude Jovem, deste importante evento para a cena underground, onde embarcamos no bus Cruz Alta/Santa Maria, às 17 horas do dia 19 de novembro de 2010. Chegando a Santa Maria não foi difícil encontrar o local, o The Grove Music Hall, um verdadeiro lugar do caralho, para os adeptos da música underground, que apreciam um espaço reduzido, para curtir boa música e conversas pensantes. Logo já pudemos perceber que o público da cena punk local ia chegando aos poucos e assim começavam as primeiras rodas punks, ao som mecânico, que iam do clássico ao lado B do punk/hardcore do Brasil e do mundo. Entre rodas, conversas, cervejas e outras coisinhas, a casa foi lotando e fomos percebendo o andar da vocalista Julia e do baixista Heron entre a galera, entre passadas do camarim até os banheiros do bar.

Eis que já eram mais de meia noite, quando Os Replicantes começaram a tocar para mais de 150 pessoas, abrindo com o clássico Boy do Subterrâneo emendando com O futuro é Vortex, onde nos primeiros acordes e pegadas na batera, víamos uns verdadeiros clarões na frente do palco. A empolgação do público era intensa e a adrenalina de todos subia a todo o momento. O calor da festa subiu ainda mais, logo na terceira música do show, Maria Lacerda, a mais conhecida canção do novo álbum (Os Replicantes 2010). Canção esta que foi cantada por muitos, principalmente pelas mulheres, que puxadas pela vocalista Julia Barth, gritavam livres e com muita atitude o trecho: Ela estava certa, viva Maria Lacerda. Após retumbaram nos ouvidos dos punks, os clássicos acordes de baixo da clássica Sandina, para nenhum sandinista de plantão colocar defeito. E assim o show foi acontecendo, onde foram tocadas as músicas: Pra ver se eu conseguia, De sul a norte, Só mais uma chance (Pin Up) e Papel de Mau, até apresentarem uma canção muito lado B, do álbum Sexo e Violência, chamada Mistérios da Sexualidade Humana, que na voz da vocalista Julia, ficou intensamente sexy, por que ninguém melhor do que uma mulher para interpretar a letra que fala dos mistérios da Sexualidade e que diz em uma parte: de onde vêm os bebês... Por que sangrar todo mês?

Entre sons novos é clássicos a casa continuava a cair, foram elas: Sangue sujo, Hippie punk e a clássica Motel da esquina, que me fez lembrar de um cd ao vivo com qualidade de fita, que foi gravado em Cachoeira do Sul, no qual ao entrar desta canção o ex - vocal Gerbase diz: Cachoeira do Sul terra de muitos motéis e enfatiza motéis, risos. Após quase que emendada veio à canção Nicotina, que após o grito de muitos desde o começo do show fora executada, com os mesmos timbres dos anos 80. E é claro que regada a muita fumaça vindas dos crivos que foram acesos e alcançados até a vocalista Julia, que com muito carisma fumou e depois cantou, conseguindo deixar todo mundo muito louco. Na “sequela” veio à nova canção: Alguém explica e aí depois a clássica Surfista Calhorda, que marcou o ponto sonoro e agitado mais alto do festival, com as rodas mais intensas da noite, inclusive sobrando até para o segurança, que fora empurrado, caindo em cima do palco, marcando uma das cenas mais engraçadas da noite. Fato que fez com ninguém mais o enxergasse na frente do palco até o final do show, (seguranças e rodas punks nunca foram uma combinação perfeita). Também pudera, estas rodas foram tão fortes, que alguém iria tomar a pior, desta vez foi a segurança, caso típico em um show. O certo é que rodas como essas só acontecem com tanta efervescência no show dos Replicantes e na música Surfista Calhorda, que também pude observar, em 2004, no Fórum Social Mundial. Por isso, digo com todo a certeza, as viúvas do Wander Wildner não sabem o que estão perdendo, ao não assistirem o show da autentica banda Os Replicantes em 2010.

A seguir mais um clássico surgiu, Eu quero é mucra (esta mais recente do álbum a Volta dos que Não Foram), que interpretada com a voz e as mãos pela vocalista Julia, deixou o público delirando, com o refrão: Já estou cansada de mina bonitinha sonhando em ser modelo, silicone, no peito e na bundinha. Após veio mais algumas canções: Saí daqui, Chernobil, Solo é pra minhoca e para finalizar após muitos gritos e pedidos desde o começo do show, nada melhor do que Festa punk, que no titulo resume tudo o que aconteceu durante esta noite em Santa Maria. E como se não bastasse, a velocidade de festa punk, não foi suficiente para cansar os punks, que pediram bis e foram atendidos com a canção extremamente rápida: I Gonna Leave You, mostrando que mesmo após mais de 25 anos de carreira, a banda continua com a mesma pegada rápida, que uma conceituada banda de punk deve ter.

E para nos a festa e o trabalho prazeroso não acabara ali, pois ainda tínhamos a missão de entrevistar a banda no camarim. Então, após o apoio do camarada Rafinha (um dos donos do The Groove), conseguimos entrevistar primeiramente a Vocalista Julia Barth, após o Guitarrista Cláudio, o Baixista Heron e o Baterista Cléber Andrade, que com muita simplicidade nos atenderam muito bem. Mostrando-nos assim por que possuem tantos anos de carreira, sempre contando o respaldo e respeito do Movimento Punk brasileiro.

A vocalista dos Replicantes, Julia Barth, após ter sido questionada sobre o papel da mulher na música, nos disse: “A mulher sempre esteve presente na música, apesar de que em alguns momentos, este papel tenha sido denegrido, através das groupies, preconceito equivocado, pois elas possuem um papel importantíssimo, uma vez que historicamente sustentaram o rock e deram suporte aos homens. No punk existem muitas mulheres que marcaram época, a Joan Jett, a banda o Blondie que apesar de ser considerada New Wave é uma banda punk, um pouco mais romântica como os Ramones. As mulheres estão presentes em várias bandas punks há muito tempo, mas isso sempre foi muito pontual, principalmente aqui na nossa cena independente, a gente tem sempre uma visão machista de ter bandas masculinas, mas isso vem mudando, eu tenho muitas amigas tocando lá em Porto Alegre. Existem muitas mulheres cantando e compondo muito e fazendo grandes performances, como eu, pois não me considero uma grande “músico”: como cantora eu sou uma grande atriz! Não que eu deixe de lado a história da técnica, mas para o que eu faço no punk rock, às vezes a performance e a atitude são mais importantes. Não estou falando que não precisa existir afinação, mas tu não precisas ser uma grande cantora, pois no punk rock os homens não eram grandes vocalistas. O negócio é meter as caras, ter atitude e pegar junto, muitas vezes o lance é ser macho no vocal, risos. Temos que perder esta coisa de ter que cantar bonitinha, pois a gente e a vida não são bonitinhas sempre. As mulheres tem uma relação com a coisa da vida. Talvez mais fundamental que o homem, pois somos geradoras, mesmo nos sendo mais frágeis”.

A vocalista Julia ainda nos falou sobre a regravação da música dos anos 80, Terrorismo sem bomba (Original da banda os Cobaias): “A música é antiga, mas retrata o que a gente está vivendo atualmente, todos os dias, este pânico que a mídia nos passa, a questão dos Estados Unidos, o terror é muito subjetivo, o que é o terror? Mas existe uma guerra contra o terror, o terrorismo sem bomba é o que faz a gente achar que vamos entrar numa crise financeira a qualquer momento e que as coisas nunca irão dar certo e que seremos escravos de um sistema econômico ou de modos de comportamento. Tudo isso, por causa de uma ameaça de uma coisa não palpável, o terror. Eles dizem que a gente tem que se preparar para coisas ruins que podem acontecer. Eles querem que nós estejamos sempre preocupados, e não é assim que deve ser. Trazem uma maneira de nos escravizar, de nos manter aterrorizados com a violência, com as drogas e com o Rock n Roll, risos. Os Replicantes, por exemplo, apesar de tratarmos sobre temas sociais, muitas vezes falamos que queremos uma festa punk, que queremos nos divertir ou que queremos sexo, não estamos preocupados com o discurso político. Temos um compromisso social, mas estamos mais ligados em fazer uma música boa e divertir as pessoas.”

Julia finalizou a entrevista destacando sobre o cenário independente: “A cena independente segue firme, mas é complicada, temos que ter perseverança, pois nem sempre a gente consegue ter um retorno financeiro como gostaríamos, mas pensamos será que é isso que importante? Já que temos outros empregos que sustentam nossas casas. A pretensão não é mais virar rock star e viver muito bem só disso. Iria ser ótimo, mas a gente sabe que temos um momento, que é só nosso e que é tão importante, independente de dinheiro ou não o que aconteceu aqui, por exemplo, não tem preço. Estar junto com uma multidão de pessoas que gostam e acreditam no que a gente faz e que cantam junto, isso não tem preço, enfatizou a vocalista.”
O Guitarrista e fundador dos Replicantes, Cláudio Heinz, ao ser perguntado sobre a relação das novas mídias como instrumento de divulgação da música, nos disse: “Os Replicantes ainda não descobriram este lance de divulgação intensa, através da internet. Mas essa é a grande sacada, apesar de as pessoas ainda conhecerem as nossas músicas, através do modo de divulgação antigo, por meio das nossas gravadoras dos três primeiros discos, na época que a divulgação e a distribuição eram muito fortes. Por exemplo, existem pessoas que conhecem nossas músicas desde os anos 80, por causa deste trabalho que as gravadoras fizeram naquele tempo, somos lembrados no Belém do Pará, Recife, entre outros estados. Fizemos duas tours européias no circuito alternativo e muitos que foram nos nossos primeiros shows na Europa, nos acompanharam na segunda vez, que estivemos lá. Eu acredito que nós deveríamos dar este novo álbum, para as pessoas conhecerem mais os novos sons. Nos anos 90, mesmo sem gravadora, por exemplo, muitas músicas ficaram conhecidas nos shows, através de uma bagagem que já tínhamos, desde os primeiros discos.”

Claúdio ainda destacou, que a ideia é que a banda talvez volte a Europa em 2012: “Eramos pra ter ido em 2009, mas teve aquele lance da crise econômica, então resolvemos não ir naquele momento. Vale a pena tocar na Europa, temos bons contatos por lá, através do Zé Ex - No Rest, hoje da Bandinha que dá dó. Em relação à cena aqui no sul, eu acompanho as bandas que tocam em Poa e quando vamos no interior, pego os cds e depois ouço em casa, tenho uma certa frustração, pois como bom fã de punk rock e suas vertentes, eu gostaria que mais pessoas escutassem essas bandas independentes, que eu tenho acesso.”

Sobre a relação com os exs vocalistas Wander Wildner e Gerbase, Cláudio disse: “O Gerbase teve que sair da banda por causa de compromissos profissionais, ele é cineasta e professor de fotografia, ficava difícil pra ele conciliar com a banda, a gente também tem outros trabalhos, mas é diferente se consegue conciliar. O Gerbase me liga às vezes e fala sobre a banda, pois ele gostava muito de cantar conosco. Já a relação com o Wander é boa, nos damos bem. Eu sinceramente gosto mais do Gerbase, a gente tem um pouco de mágoa, por que o Wander é muito individualista, fizemos três bons discos e após isso, ele disse que queria sair da banda, para fazer carreira solo. Ele não leva a nossa simpatia, mais ele é muito bom músico é “afude”, fizemos coisas legais com ele, só que tem esse lance individual e que de repente, ele esteja certo, pois tem que sobreviver da música. Por exemplo, se a algum de nos deixar de tocar, não tem problema, o que talvez pra ele seja o almoço de amanhã. Por isso temos que entender este pensamento dele. Ele tem que sobreviver da música. E já nos temos outras atividades que nos mantêm.”

Heron Heinz ainda nos contou o que cada integrante faz além da atividade com a banda: “Eu trabalho na Prefeitura de Porto Alegre, há 15 anos como técnico de espetáculos, trabalhando com som e luz, direto com cultura, fato que me deixa bem triste, por verificar de perto a pouca importância que os governantes dão para a questão cultural. O Cláudio Heinz é Técnico em Informática, o Cléber é Professor de Educação Física e a Julia é agitadora cultural. A gente se vira e tocamos por que gostamos. Realmente isso é pra quem gosta e não é pra quem quer.”

Conforme o guitarrista e fundador dos Replicantes, Heron Heinz “O Replicantes em 2010, esta bacana, fizemos um show estes tempos relembrando todas as músicas do álbum Futuro é Vortex e quando tu vai ver tem músicas que faziam 20 anos que nos não tocávamos, daí tu pensa, mas fui eu e o Cláudio que fizemos elas e esta difícil de tira-las de novo, risos. O legal de ter uma longa história de banda é que podemos fazer vários set-lists e ir variando eles, dessa forma pessoal vai curtindo as nossas músicas, ainda mais agora com a Julia trazendo releituras, através do vocal feminino. Pretendemos fazer uma turnê de van por algumas partes do Brasil, mais ou menos nos moldes da que fizemos quando fomos a Europa. Queremos tocar todos os dias.”
Sobre a década de 80, Heron disse: “Essa época foi legal, a questão do bom fim, da Osvaldo Aranha e de toda aquela cena punk e o bacana disso tudo é que os bares de rock estão voltando naquela região.”

O baixista e fundador dos Replicantes, ainda destacou o trabalho que a Rádio Web Atitude Jovem, vem desenvolvendo na cena independente: “O que eu tenho a dizer é que vocês devem seguir nessa, fazendo isso, pois é um grande favor que vocês estão fazendo para o público roqueiro e para os músicos. Vocês estão de parabéns.”
Conforme o baterista dos Replicantes, Cléber Andrade, “Estávamos conversando com os alunos da Universidade ontem em São Borja, sobre a questão de a arte ser atemporal e Os Replicantes tem muito disso, pois tocamos músicas de 20 anos atrás e que se parecem atuais e o legal disso é que o público desta nova geração jovem conhece e se identifica. Aí está um dos lados legais da música, na arte as coisas perduram e isso só acontece com as bandas autênticas, não com as das modinhas, pois estas são passageiras. Quando você faz algo que acredita, as coisas se perpetuam. Tenho um projeto social na área da Educação Física, trabalho com crianças de rua e sempre que possível, a gente passa o lema faça você mesmo, fazendo com que os mesmos busquem as suas histórias e acreditem na cultura e no esporte, quebrando com este estigma de que a música é para poucos, sendo da elite.”

Sobre o cenário independente, Cléber percebe que Os Replicantes em 2010, estão conseguindo tocar em vários locais, “tocamos na semana passada em Passo Fundo, ontem em São Borja e hoje em Santa Maria e isso esta sendo muito legal, pois fazia um bom tempo que a gente não tocava nestas cidades. O cenário esta tendo uma retomada, mas é aquela história, existem lugares que tem pessoas legais, que fazem as coisas acontecerem. Tivemos o exemplo aqui em Santa Maria, ontem em São Borja, onde um professor criou uma cadeira na Universidade, chamada Sociologia do Rock e que a partir daí junto com os alunos, fundaram o festival Pampa Stock, que irá acontecer por muitos e muitos anos e que teve mais de 50 bandas inscritas nesta última edição. Então é isso, as pessoas têm que ter vontade de correr atrás e fazerem as coisas acontecerem.”

Para concluirmos esta release percebemos que entre canções novas e antigas, Os Replicantes em 2010, continuam com o mesmo pique, pegada e autenticidade dos anos 80, através de muita atitude e persistência dos fundadores, Heron Heinz (Baixista) e Cláudio Heinz (Guitarrista), que junto com a originalidade e inteligência do baterista Cleber Andrade e a presença de palco incansável, da nova vocalista Julia Barth, nos dizem por que Os replicantes são uma lenda viva do punk, após dez cds gravados e mais de 25 anos de carreira. Realmente posso dizer aqui com toda certeza que os caras e a mina, estão mais vivos do que nunca e que as canções da década de 80, nos mostram ser muito atuais, levando um ideal aos mais novos, que mesmo sem ter vivido na época das suas criações, hoje em dia, podem acompanhar este legado constante, que as músicas deixaram e continuam deixando para a história do movimento punk e para o mundo como filosofia de vida, diversão e crítica social. E então após a entrevista, ainda conseguimos assistir um pedaço do show de encerramento com a antiga banda santamariense TSF, que conseguiu segurar o público até as 5 horas da manhã, quando encerraram a apresentação, derrubando a bateria no chão, sem contar que um dos integrantes encerrou o show semi nú. Mostrando mais uma vez, muita atitude depois de mais 8 anos de banda. Após o evento fomos realizados e honrados para a rodoviária, onde esperamos o embarque das 5 horas e 45 minutos. Chegando em Cruz Alta, por volta das 07 horas e 45 minutos do dia 20 de novembro.

Mais informações sobre o novo cd: Os Replicantes 2010, você encontra no site www.osreplicantes.com.br

Release e entrevista by Jornalista Diones Biagini.